Assistindo alguns vídeos pela internet, encontrei esse aqui (abaixo), com imagens de uma brincadeira feita por um programa de televisão... sugiro que antes de ler o resto do post, assista-o também:
Pois bem, ao ver esse vídeo, achei ele ideal para poder discutir aqui a forma como a Psicologia Evolucionista compreende os fenômenos do cotidiano. No caso do vídeo, chama-se a atenção para uma resposta comum nos animais: O MEDO!!!
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De modo geral, na perspectiva evolucionista, a compreensão de um fenômeno pauta-se em uma estratégia de análise por diferentes níveis, onde focaliza a expressão atual de uma habilidade ou constituição fisiológica (ou seja, sua causa próxima) e investiga os processos seletivos que modelaram sua utilidade passada e presente (causa última).
Em outras palavras, uma vez detectada uma causa próxima busca-se identificar sua função, na causa última!!!
A possibilidade de perder o emprego caso não termine o relatório gerando medo! (Causa próxima) |
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O medo como resposta adaptativa, pertinente à sobrevivência! (Causa última) |
OBS: Para uma melhor discussão sobre a função do medo, recomendo a leitura desse texto aqui!
...e no caso do vídeo?
Notaram, no vídeo, o principal comportamento de todos quando confrontaram-se com a menina ao final do corredor? (Tá, tudo bem... nem tão no final do corredor assim! HAHA)
Em geral, primeiro ficavam parados e logo em seguida fugiam daquela situação, menos a última garota que partiu para cima da menina, em um gesto de enfrentamento (necessitando, inclusive, a intervenção da equipe técnica).
Esta descrição pode ser entendida como a manifestação em nível próximo (causa próxima) e pode ser explicado por:
Em geral, primeiro ficavam parados e logo em seguida fugiam daquela situação, menos a última garota que partiu para cima da menina, em um gesto de enfrentamento (necessitando, inclusive, a intervenção da equipe técnica).
Esta descrição pode ser entendida como a manifestação em nível próximo (causa próxima) e pode ser explicado por:
- histórico individual e cultural
- ...uma menina no final de um corredor não assustaria um ancestral de 10mil anos atrás, mas os humanos de hoje - que já tiveram acessos a lendas urbanas e filmes de terror - temem pela carga cultural embutida na situação vivenciada.
- o contexto do comportamento
- ...o planejamento do ambiente potencializa a possibilidade de se tomar um susto, uma vez que ele utiliza-se de esteriótipos comuns em contos e filmes: corredor escurecido, a postura da menina parada, etc.
- estudos de mecanismos fisiológicos envolvidos no processamento de um estímulo
- ...o ficar parado por alguns segundos no ato do susto permite que o corpo comece a se organizar (com a liberação de compostos químicos, aumento da frequência cardíaca, aceleração na respiração, energização dos músculos) para o preparo de uma reação de fuga (que foi o que quase todos fizeram) ou luta (que foi o que a última garota, no final do vídeo o fez);
Partindo disso, pensando nas causas últimas, começa-se a investigar a funcionalidade da reação de fuga ou luta, haja vista que este, pelo próprio vídeo, aparenta ser um comportamento padrão para situações que gerem estresse e representem perigo.
Há muito conhecimento sobre a questão do medo hoje em dia e sabe-se que ele representa uma ótima forma de auto-proteção, visando a sobrevivência.
Atualmente, na vida urbana, embora os perigos apareçam de forma diferente (exposição a figuras de lendas, assaltos, a possibilidade do desemprego) a resposta dada a estes, sendo esta avaliada como algo que ameace a vida (de uma forma ou outra) continua sendo a reação de luta ou fuga.
Afinal, sua eficiência adaptativa ainda é pertinente: enfrentar um problema no trabalho para que possa continuar com o emprego e, assim ter recursos para se alimentar e manter-se vivo, bem como fugir de um possível ser que não consigo identificar, mas que por minha história pessoal assemelha-se com alguém possuído pelo demônio e, por isso, representa uma situação nociva, são ainda estratégias eficientes para a manutenção da vida.
Tendo em vista que este post busca demonstrar mais o estilo da Psicologia Evolucionista em identificar, explicar e (até mesmo) auxiliar em intervenções, vou parar por aqui... Contudo, em um próximo post espero poder comentar um pouco mais sobre comportamentos que não estão necessariamente se apresentando como adaptativos, mas que ainda insistem em se manifestar: casos como o do "estresse", por exemplo.
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Para esse post foram consultados textos dos livros e artigos:
- "Fundamentos de Psicologia: Psicologia Evolucionista" (Organizado por: Emma Otta e Maria Emilia Yamamoto)
Muito bom o artigo. Aprendi coisas novas. Valew!
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