segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Comer tudinho, pra ficar fortinho"!!

Zapeando pela internet, eis que encontro, no blog fonteCOM, o ótimo quadrinho:


Aos que conhecem a Mafalda (personagem do quadrinho), sabem que o tipo de humor dela é justamente utilizar da inocência infantil para refletir os valores sociais. 

Entretanto, o que me chamou a atenção no quadrinho acima, foi demonstrar ela brava com a imprensa, ao ver sua mãe encontrar uma receita de um prato que ela não gosta.
Já diz o ditado: primeiro
come-se com os olhos
!!!

Indo além disso, o que a Mafalda revela, trata-se de algo importante a ser refletido: este tipo de comportamento de rejeição a determinados alimentos é comum.

Todo mundo já deve ter passado pela experiência de apenas ver ou sentir o cheiro de uma comida e, logo em seguida, desistir de comê-la.


Esta rejeição, trata-se de uma espécie de desconfiança acerca do que está prestes a ser ingerido.

Comportamento esse que, por sua vez, n
ambiente de adaptação evolutiva, pode ter se revelado como uma forma eficiente de reduzir os riscos de estar comendo algo tóxico. 

O quê!?!? COMO ASSIM???
Hoje em dia (boa parte da população) pode se dar ao luxo de comer até mesmo não tendo fome. Porém, no ambiente ancestral, nossos antepassados possivelmente enfrentavam largos períodos de escassez de alimentos.

Entretanto, ainda com muita fome, não dava para sair comendo de tudo o que se via pela frente. 

Na dura competição selvagem, todos os animais e plantas desenvolveram ao longo de sua história evolutiva, algum tipo de defesa: comportamentais, mecânicas ou químicas.
Tais defesas foram sendo desenvolvidas com a finalidade de que isto possa contribuir com sua sobrevivência (uma vez que evita-se sua predação).

Com efeito, por conta do estilo de vida nômade, certamente inúmeros animais e/ou vegetais desconhecidos eram constantemente encontrados por nossos antepassados. Estes, por sua vez, tinham de ser minuciosamente analisados antes de serem ingeridos, haja vista a possibilidade de serem venenosos ou algo do gênero.

Tanto o aspecto visual quanto o cheiro do alimento foram fiéis aliados na escolha do que chegaria à boca ou não.
Assim, as predisposições genéticas para as escolhas alimentares atuais ganham mais sustentação, tendo em vista que preferimos mais os alimentos salgados e doces em detrimento dos amargos e azedos.

Associa-se a esse fato, a condição de que a dieta ancestral era composta por frutos, folhas e grãos (o consumo de carne entraria anos mais tarde, entre 10 a 40 mil atrás), enquanto os alimentos amargos sugerem uma presença de toxinas nocivas.

Contudo, à medida que cada pessoa vai se familiarizando mais e mais com o alimento, o comportamento de rejeição vai diminuindo seu aparecimento (tomamos, hoje em dia, remédios com péssimos gostos, porém, por sabermos que ele irá contribuir com alguma demanda, vamos aos poucos diminuindo a relutância em tomá-los).

Esta familiarização permitiu que, ao longo do tempo, nossa culinária se refinasse cada vez mais, a ponto de... bem...


...enfim!!! Acabei de me dar conta de que preciso me alimentar: alguém me acompanha?


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Para esse post foram consultados textos dos livros e artigos:
"Fundamentos de Psicologia: Psicologia Evolucionista" (Organizado por: Emma Otta e Maria Emilia Yamamoto)

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Eu só quero é ser FELIZ...

...e andar tranquilamente na favela onde eu nasci (...)"


ÉÉÉÉÉÉÉÉ! Se você, ali por meados da década de 90, já tinha (no mínimo) seus 6 ou 7 anos, eu tenho inúmeras razões para acreditar que você já ouviu a música citada acima MAIS DE UMA VEZ.


Nesta música, Cidinho e Doca (cantores e compositores da música) expressam um grande desejo: SER FELIZ!


O que se torna mais interessante é que, mesmo com o restante da música descrevendo a realidade vivida nas periferias, assim como protesta contra a violência nas favelas e reivindica o descaso do Estado na hora de cuidar desse assunto, o trecho "eu só quero é ser feliz (...)" acabou se tornando uma frase de uso comum em diferentes contextos, por diferentes pessoas, para diferentes finalidades.




Esta condição toda, denota um anseio comum entre as pessoas: SER FELIZ.


Mas por que ser feliz
O que nos torna felizes?
Existem pessoas que, de fato, são felizes
Ou seria a felicidade apenas uma utopia?


Para responder a questões como estas, convido aqui, o psicólogo Daniel Gilbert





quarta-feira, 27 de junho de 2012

#RádioEvolucionista

E na #RádioEvolucionista de hoje, mais do que uma indicação musical, um show de reflexões sobre o impacto que exerce a espécie humana para o mundo (e para ela mesmo)!

Trata-se do clipe da música "Do the evolution", do PEARL JAM!!! 

Em minha opinião, ESTE É um dos clipes mais legais que conheço sobre evolucionismo, pois une boa música com ótimas sacadas envolvendo toda a história de nossa espécie!

Vídeo para se assistir mais de uma vez...


Também recomendo que conheça a letra da música. Para isso clique aqui!

Ser bom me faz bem... E PONTO!


É comum, para nós psicólogos, ouvir perguntas como: “o quê a Psicologia estuda?”

Cada um deve ter uma resposta na ponta da língua para esse tipo de pergunta ou, se não tem, fica todo embaraçado para responder. Muitas vezes, não porque não saiba responder, mas porque estudar Psicologia engloba uma gama de complexidades que dificultam na hora de sintetizar uma resposta rápida e satisfatória. 

Psicologia? Ah sim, claro! Bem... vejamos... ãhn... é... enfim!

Bom, em meu caso, eu costumo responder que “a Psicologia estuda o modo como os seres humanos moldam e são moldados por circunstâncias que nem sempre estão tão visíveis assim”.

Com efeito, é possível ainda que, logo em seguida, possa vir uma réplica: “mas se não estão visíveis, e eu sendo um ser humano, como posso ser um psicólogo?”

Minha resposta é rápida: EMPATIA!!!!!

Tudo começa pela empatia. Sair da sua posição e colocar-se na posição da outra pessoa. Enxergar o mundo como ela enxerga, permitir aflorar os sentimentos tal qual ela provavelmente sente, frente a situação específica. Exercitar essa capacidade tão refinada que é a empatia.

...e num é que é verdade mesmo!?!?!

Mas, aprofundando-se um pouquinho mais no tema, uma questão faz-se necessária: 

...E É ESSA TAL DE EMPATIA, HEIN!?

...SÓ HUMANOS A POSSUEM?

...PRA QUE ELA SERVE?

Éééééé... que perguntas mais enxeridas são essas, hein? Aaaahhhh... mas não pode-se abaixar a cabeça, não! Aqui a regra é a mesma do BOPE, diz aí Capitão Nascimento:

Missão dada É MISSÃO CUMPRIDA!

Positivo, senhor!

Começando pela parte mais fácil (lógico), quando se fala em empatia, sua definição vincula-se a capacidade de presumir/compreender/reconhecer os sentimentos, pensamentos, comportamentos do outro (como dito no começo desse post: colocar-se no lugar do outro).

A medida que a capacidade empática vai se aflorando, um desconforto impulsiona uma classe de comportamentos (simpatia, solidariedade, compaixão, preocupação, etc.), que por sua vez, tendem a mobilizar o sujeito a prestar auxílio àquela outra pessoa que necessita. Este auxílio, pode ocorrer de modo voluntário ou não.

A EMPATIA funciona como uma espécie de gatilho
para que comportamentos pró-sociais (solidariedade,
compaixão, carinho, altruísmo, etc.) aconteçam
É muito comum ler notícias nos jornais apontando para alguém que arriscou a própria vida para salvar a de outra, situações de catástrofes envolvendo várias pessoas recebendo doações, de desconhecidos, dos mais longínquos lugares... enfim, notificações de solidariedade e compaixão se tem aos montes pela mídia, pelo dia-a-dia.

Esses comportamentos (conhecidos como comportamentos pró-sociais) são possíveis, graças a nossa capacidade em nos contagiar com as necessidades alheias, nos colocar no lugar do outro... ou seja, cerveja EMPATIA!

Por muito tempo acreditou-se que a empatia tratava-se de uma característica essencialmente humana, no entanto, estudos recentes apontam esta competência como um atributo presente em macacos-prego, chimpanzés, bonobos e, até mesmo, em golfinhos e elefantes. 

Observar em outros animais essa capacidade de contagiar-se pelo humor de outrem, abre um leque de possibilidades e hipóteses para o entendimento da empatia. 

Ao pensar no parâmetro evolucionista do assunto, na espécie humana, percebe-se que esta habilidade foi importante para a coesão grupal, haja vista que tal competência favorece uma grande gama de comportamentos, como por exemplo: efeitos intergrupais de cooperação, comportamentos de zelo e proteção com o outro, interações mais agradáveis, diminuição dos conflitos grupais e respeito às normas de convívio social.

Para compreender melhor esse assunto, sob o ponto de vista da Psicologia Evolucionista, sugiro que assista o seguinte vídeo, com o primatologista Frans de Waal:


Por fim, a habilidade empática, sob um prisma da evolução, nos demonstra que possuímos uma capacidade em fazer o bem ao próximo, sem que isso haja necessariamente um ganho secundário... mas isso já é outro papo, que é melhor deixar para um outro post!

Por agora, lanço o desafio:

RESISTA A ESTA IMAGEM
oooouuuuunnnnn!!!!


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Para esse post foram consultados os seguintes livros, artigos e recursos áudio-visuais:
Conferência do sociólogo Sam Richards, no TEDxPSU
- "A era da empatia" (Autor: Frans de Waal)
- "Meninos pré-escolares empáticos e não-empáticos: empatia e procedimentos educativos dos pais" (Autores: Fabíola A. Garcia-Serpa, Zilda Del Prette e Almir Del Prette)
- "Empathic interactions between parents and children: an exploratory study" (Autores: Rafael Carvalho e Maria Lúcia Seidl-de-Moura)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Vídeo do Carlos Ruas

Achei que este vídeo do Carlos Ruas merecia um destaque por aqui. Demonstrou um ótimo conhecimento de Seleção Natural e tem uns quadrinhos muito bons.



Pra quem gostou e quiser ver mais coisas dele, entra lá no site Um Sábado Qualquer, vale a pena.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Feliz Aniversário Darwin

Ontem, dia 12 de fevereiro, era aniversário de Darwin.


Fica a nossa singela homenagem.