Zapeando pela internet, eis que encontro, no blog fonteCOM, o ótimo quadrinho:
Aos que conhecem a Mafalda (personagem do quadrinho), sabem que o tipo de humor dela é justamente utilizar da inocência infantil para refletir os valores sociais.
Entretanto, o que me chamou a atenção no quadrinho acima, foi demonstrar ela brava com a imprensa, ao ver sua mãe encontrar uma receita de um prato que ela não gosta.
Já diz o ditado: primeiro come-se com os olhos!!! |
Indo além disso, o que a Mafalda revela, trata-se de algo importante a ser refletido: este tipo de comportamento de rejeição a determinados alimentos é comum.
Todo mundo já deve ter passado pela experiência de apenas ver ou sentir o cheiro de uma comida e, logo em seguida, desistir de comê-la.
Esta rejeição, trata-se de uma espécie de desconfiança acerca do que está prestes a ser ingerido.
Comportamento esse que, por sua vez, no ambiente de adaptação evolutiva, pode ter se revelado como uma forma eficiente de reduzir os riscos de estar comendo algo tóxico.
O quê!?!? COMO ASSIM???
Hoje em dia (boa parte da população) pode se dar ao luxo de comer até mesmo não tendo fome. Porém, no ambiente ancestral, nossos antepassados possivelmente enfrentavam largos períodos de escassez de alimentos.
Entretanto, ainda com muita fome, não dava para sair comendo de tudo o que se via pela frente.
Na dura competição selvagem, todos os animais e plantas desenvolveram ao longo de sua história evolutiva, algum tipo de defesa: comportamentais, mecânicas ou químicas.
Tais defesas foram sendo desenvolvidas com a finalidade de que isto possa contribuir com sua sobrevivência (uma vez que evita-se sua predação).
Tais defesas foram sendo desenvolvidas com a finalidade de que isto possa contribuir com sua sobrevivência (uma vez que evita-se sua predação).
Com efeito, por conta do estilo de vida nômade, certamente inúmeros animais e/ou vegetais desconhecidos eram constantemente encontrados por nossos antepassados. Estes, por sua vez, tinham de ser minuciosamente analisados antes de serem ingeridos, haja vista a possibilidade de serem venenosos ou algo do gênero.
Tanto o aspecto visual quanto o cheiro do alimento foram fiéis aliados na escolha do que chegaria à boca ou não.
Assim, as predisposições genéticas para as escolhas alimentares atuais ganham mais sustentação, tendo em vista que preferimos mais os alimentos salgados e doces em detrimento dos amargos e azedos.
Associa-se a esse fato, a condição de que a dieta ancestral era composta por frutos, folhas e grãos (o consumo de carne entraria anos mais tarde, entre 10 a 40 mil atrás), enquanto os alimentos amargos sugerem uma presença de toxinas nocivas.
Contudo, à medida que cada pessoa vai se familiarizando mais e mais com o alimento, o comportamento de rejeição vai diminuindo seu aparecimento (tomamos, hoje em dia, remédios com péssimos gostos, porém, por sabermos que ele irá contribuir com alguma demanda, vamos aos poucos diminuindo a relutância em tomá-los).
Esta familiarização permitiu que, ao longo do tempo, nossa culinária se refinasse cada vez mais, a ponto de... bem...
...enfim!!! Acabei de me dar conta de que preciso me alimentar: alguém me acompanha?
Para esse post foram consultados textos dos livros e artigos:
- "Fundamentos de Psicologia: Psicologia Evolucionista" (Organizado por: Emma Otta e Maria Emilia Yamamoto)
- "Fundamentos de Psicologia: Psicologia Evolucionista" (Organizado por: Emma Otta e Maria Emilia Yamamoto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário